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BIOMAS BRASILEIROS

BIOMA: Paisagem natural estável e desenvolvida, adaptada às condições ambientais de uma região e caracterizada por sua vegetação, mas considerando também a sua fauna específica.

Os biomas brasileiros mais importantes são: a Floresta Amazônica; a Mata Atlântica; os Cerrados; os Pampas; as Caatingas; e o Pantanal

 

A BIOSFERA, OS ECOSSISTEMAS E OS BIOMAS

Todos os seres vivos, juntamente com as regiões onde vivem, formam o que os cientistas chamam de biosfera.

A biosfera não é nada espessa, apenas cerca de 18Km. Se você está torcendo o nariz achando que 18Km é muita coisa, pode destorcer porque, se compararmos esse valor com o diâmetro da Terra, teremos uma proporção muito pequena. Para se ter idéia, é como se a Terra fosse uma laranja e a biosfera fosse uma fina camada de plástico usada para envolver a laranja.

Mesmo sendo comparativamente pequena, a biosfera pode atingir regiões extremamente diferentes. Há vida em desertos e em regiões geladas; no topo de altas montanhas e nas profundezas dos oceanos. Há vida em quase todas as partes do planeta.

Os seres vivos, por ocuparem tantas regiões, desde as mais distantes e improváveis, até aquelas onde são extremamente numerosos e diversificados, acabam por formar regiões co determinadas características constantes. Por exemplo, há regiões no planeta onde predominam florestas, como é o caso da Floresta Amazônica, a maios de todas, e outras onde há mais campos abertos, como os Pampas, no Rio Grande do Sou. Até mesmo os oceanos têm regiões bem distintas, por exemplo, alguns com águas rasas e claras e outros com águas escuras e profundas. Essas grandes regiões do planeta são conhecidas como biomas. Os biomas são comunidades que atingiram um grau de desenvolvimento que lhes confere uma boa estabilidade, ou seja, se nenhum grande “desastre” ocorrer (terremoto, erupção de um vulcão, prolongado período de seca, inundação, etc.), os seus componentes tendem a permanecer em quantidade e diversidade constantes. Dentro desses biomas, encontramos os ecossistemas, que são conjunto o conjunto dos seres vivos e de suas interações com o ambiente em que vivem.

Mesmo vivendo em cidades, todos os jovens sabem que é muito recente a preocupação com o que tem sido chamado de desenvolvimento sustentável. Procurem se informar bastante sobre isso, que é muito importante. Mas o resumo é o seguinte: em todos os tempos e lugares, os homens se preocuparam em sobreviver e enriquece r, sem ter noção do preço a ser pago pelas agressões ao ecossistema. A partir da Revolução Industrial, o desenvolvimento econômico passou a justificar muitas ações criminosas: a poluição do ar e das águas, o abate indiscriminado de animais, a pesca predatória e, de maneira muito evidente, a destruição das florestas.

Da Mata Atlântica sobra, lamentavelmente, muito pouco. A Floresta Amazônica vive ameaçada por madeireiros clandestinos e pela transformação da floresta em pastagens. Muitas espécies de plantas e animais foram e estão sendo dizimadas. Em contrapartida, estão se multiplicando movimentos em defesa da vida em nosso mundo - a TV, os jornais e as revistas informam sobre isso. É justamente por isso que, a partir da Rio92 - um encontro mundial que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992 -, foi proposto o conceito de desenvolvimento sustentável, que prega que as apropriações feitas pelo homem na natureza devem prever que o que se retira possa retornar, de forma que a natureza consiga se recuperar e, assim, haver recursos para gerações futuras.

A FLORESTA AMAZÔNICA

O Bioma Amazônia, tem uma área aproximada de 4.196.943 Km2

A Floresta Amazônica, por causa de sua extensão notável e de sua imensa biodiversidade, é um dos biomas mais importantes da Terra.

Sua temperatura é relativamente uniforme, oscilando entre 25ºC e 28ºC, com chuvas constantes, sendo diárias em certas épocas do ano, com alto grau de umidade relativa do ar, seus ecossistemas são compostos por: Terras de várzea, situadas ao longo dos grandes rios, inundadas diariamente pelas marés e anualmente pelas cheias; Igapós, terras permanentemente inundadas; Terras firmes, mais altas, nunca são inundadas.

A biodiversidade da Amazônia é espantosa. Atualmente, são conhecidas aproximadamente 30 mil espécies vegetais (10% de todas as plantas conhecidas no mundo). A fauna não é menos rica, possuindo mais de 300 espécies de mamíferos. Estima-se que existam entre 2.500 e 3.000 espécies de peixes (somando-se as de todos os rios da Europa, não há mais de 200). O número de insetos é absolutamente incontável, estimando-se que existam 30 milhões de espécies.

A MATA ATLÂNTICA

O Bioma Mata Atlântica, tem uma área aproximada de 1.110.182 Km2

 

A Mata Atlântica estende-se originariamente por toda a costa banhada pelo oceano Atlântico, ocupando planícies costeiras e regiões montanhosas. Próxima da costa está a Serra do Mar. Mais para o interior há uma nova cadeia de montanhas, a serra da Mantiqueira. A costa brasileira, habitada inicialmente pelos povos nativos, foi por muito tempo o espaço ocupado pelo homem branco colonizador, que explorou inicialmente o pau-brasil e sempre usou a mata para cortar árvores e fazer lenha. Além disso, usava a madeira para construção de casas e igrejas, além de móveis.

Sua temperatura é muito variável, uma vez que ela se estende desde as regiões mais quentes (Nordeste) até as mais frias (zona montanhosa do Sul), as chuvas são menos freqüentes e abundantes que na floresta Amazônica. A Mata Atlântica apresenta, porém, regiões com índice pluviométrico superior ao da Amazônia.

 

A Mata Atlântica foi extraordinariamente rica quanto à sua biodiversidade, devendo ser lembradas algumas espécies exclusivas (só existem nela), como o mico-leão-de-cara-dourada e o mono-carvoeiro. Mesmo depois de saqueada por séculos, é reconhecida como um dos 25 ecossistemas mais ricos em biodiversidade no mundo. Está entre as cinco áreas que a comunidade internacional considera como de preservação prioritária.

A Mata Atlântica (o que resta dela) ainda concentra cerca de 20 espécies de plantas, o que corresponde a 7% daquilo que se conhece no mundo inteiro - 40% dessas plantas são exclusivas desse ecossistema. Entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios, há mais de 560 espécies exclusivas, representando 2% do total das espécies desses grupos de animais existentes no planeta.

 

O CERRADO

 

O Bioma Cerrado tem uma área aproximada de 2.036.448 Km2

O Cerrado é um bioma menos rico que a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, mas assim mesmo tem sua riqueza. Os cerrados ocupam uma grande área do Brasil Central, uma área relativamente plana, de clima quente e seco. O solo, em geral, é pobre em nutrientes, mas é rico em alumínio, apresentando alto índice de acidez. Por isso, foi desprezado por muito tempo, como impróprio para a agricultura. A tecnologia, porém criou novas perspectivas para o cultivo de muitas espécies, destacando-se a soja, chegando-se até mesmo a frutas de clima temperado, como as videiras.

Existem plantas que se adaptam tanto ao Cerrado que chegam a crescer sobre as pedras, como a canela-de-ema. Muitas plantas têm galhos tortuosos e raízes que se aprofundam, chegando até os lençóis freáticos, na busca da água. Entre os animais, muitos vivem em tocas, como os tatus e as raposas.

Seu clima é quente, com temperaturas médias de 26ºC, com chuvas regulares entre setembro e maio, a “estação chuvosa”, suas características maiores são:

Campos limpos dos cerrados: grandes áreas com árvores de galhos retorcidos, poucas e distantes entre si;

Campos sujos: combinação de ervas e arbustos;

Cerrados ou cerradões: arbustos e árvores mais freqüentes, com a formação de pequenas matas.

Mata de galeria: acompanham um rio, margeando-o. Se há predominância do buriti, recebe o nome de vereda.

 

A CAATINGA

O Bioma Caatinga tem uma área aproximada de 844.453 Km2

A Caatinga se estende no Nordeste até o norte de Minas Gerais, ocupando áreas planas, mas registrando alguns pontos mais altos, onde a umidade é maios, a temperatura mais amena e as chuvas mais freqüentes. Estas “ilhas de umidade” são conhecidas como brejos. Como regra, porém, a Caatinga experimente períodos de secas que podem durar mais de nove meses, quando a maioria das plantas perde suas folhas ficando esbranquiçada (por causa da cor de seus caules) Quando vem à chuva, a paisagem se transforma muito.

 

 

Sua temperatura é elevada durante quase todo o ano. Não tendo vegetação mais exuberante, que produzam sombras, o calor castiga demais os habitantes da Caatinga. Durante o chamado verão, que dura oito meses no ano, não chove. Quando chega o inverno, marcado pelas chuvas, ressurgem as folhas e forma-se uma mata baixa e verde. No todo, na Caatinga as chuvas são seis vezes menores que na Amazônia.

A Caatinga, com as suas altas temperaturas e longos períodos de estiagem, vive o desafio constante da seca. Como ela ocupa parte considerável do território do Nordeste, essa região do Brasil é sempre identificada por essa verdadeira calamidade, um desafio enfrentado com bravura pelos seus habitantes, os sertanejos.

O sertanejo adapta-se às condições duras do meio ambiente, plantando o que é possível e criando o seu gado por vezes ralo e raquítico. É um homem de fé, que aguarda a chuva e procura os sinais que indicariam sua chegada próxima.

 

OS PAMPAS OU CAMPOS

 

O Bioma Pampa tem uma área aproximada de 176.496 Km2

Podem ser encontradas regiões de Campos por quase todo o Brasil: Amazônia (Roraima e Pará), no meio da Caatinga e no Pantanal, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Mas vamos ficar só com os campos dos Pampas do rio Grande do Sul, onde, de fato, eles são a paisagem predominante, responsável por uma cultura do gaúcho, exclusiva no Brasil: o homem montado em seu cavalo.

Os Pampas gaúchos são muito ricos, permitindo uma agricultura diversificada e de alta produtividade (arroz, milho, trigo, soja) e a pecuária.

A paisagem dos Pampas gaúchos é dominada pela presença de gramíneas (gramas, capins), arbustos, especialmente leguminosas (plantas que produzem frutos na forma de vagens) e ervas (especialmente a erva-mate, usada no “chimarrão”).

Sua temperatura fria no inverno, entre 10ºC e 14ºC. No verão, entre 20ºC e 23ºC. Os Pampas têm umidade relativamente alta no verão e são secos no inverno. As estações do ano são bem definidas.

Uma de suas peculiaridades são as matas que penetram no espaço dos Campos, como as Florestas de Araucária.

O PANTANAL

O Bioma Pantanal tem uma área aproximada de 150.355 Km2

O Bioma Pantanal é conhecido por esse nome porque é uma vasta planície de inundação, onde existem muitos córregos e vazantes, chamados corixos, sendo por isso confundido com um pântano. Cobre uma área de extensão considerável, compreendendo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de ocupar a região conhecida por Chaco, que se estende pelo Paraguai, Bolívia e Argentina.

Quando chega o período de chuvas, os rios do Pantanal, que se formam em montanhas vizinhas, tornam-se muito volumosos e inundam tudo: nesse momento, a fauna que habita a região foge para os pontos mais altos. Mas não pensem que essas cheias sejam desastrosas, muito ao contrário: são elas que permitem o equilíbrio pantaneiro, trazendo consigo grandes quantidades de sedimentos e de nutrientes, que fertilizam o solo e as águas.

A fauna do Pantanal é famosa por causa de sua riqueza. Estima-se que há mais de 260 espécies de peixes, 50 de répteis, 650 de aves e 80 de mamíferos, além da infinidade de insetos e invertebrados aquáticos. A vegetação do Pantanal apresenta exemplares típicos da Floresta Amazônica, do Cerrado e da Caatinga, somando mais de 1.700 espécies. Algumas são exclusivas, como a carandá, uma palmeira semelhante à carnaúba

 

 

Com colaboração da Professora Carla Roveri