Ibama desativa serrarias no entorno da reserva dos índios anambés no Pará O Ibama desmontou há uma semana duas serrarias clandestinas no entorno da Terra Indígena Anambé, a 60 km de Moju, no sudeste do Pará. Na área protegida, cujo acesso a não-índios é restrito, os agentes flagraram intensa atividade madeireira, com cerca de 70 clareiras abertas para a exploração ilegal de madeira. Cerca de 1,5 mil árvores, de espécies nobres como angelim, maçaranduba e ipê, foram abatidas dentro da reserva e encontradas pela fiscalização estocadas na mata.
De caminhonetes e helicóptero, os agentes federais iniciaram a ocupação das serrarias na sexta-feira (04/11). Numa tentativa de impedir a entrada do Ibama, madeireiros usaram toras para bloquear os acessos à terra indígena. Os fiscais precisaram utilizar motosserras para liberar as estradas.
Na ação, que só terminou no domingo (06/11), duas motos, uma pá-carregadeira adaptada para movimentar toras, um trator de esteira e 4 mil m3 de madeira em tora (cerca de 160 caminhões cheios) foram apreendidos. Quatro homens envolvidos na exploração irregular acabaram presos em flagrante e levados à delegacia de Tailândia. Os donos das máquinas utilizadas no crime ambiental ainda foram multados em R$ 33 milhões.
Com 7,8 mil hectares de florestas, a reserva dos índios anambés é cobiçada principalmente por empresas madeireiras da região de Tailândia, que vinham invadindo a reserva, explorando a floresta e serrando as árvores nos empreendimentos desativados. "De lá, a madeira era acobertada com notas frias, e seguia para abastecer mercados do sul do país, especialmente Paraná e Santa Catarina", explica o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá, Luciano Silva, que coordenou a operação.
Em agosto, o Ibama desmontou outras três serrarias clandestinas nas imediações de áreas da Funai, desta vez da Terra Indígena Kayapó, em Cumaru do Norte, no sul do Pará.
Fonte: Ascom Ibama
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