A seca histórica que atinge o estado do Texas, nos Estados Unidos, está mudando o comportamento dos morcegos (Tadarida brasiliensis), cuja população corre o risco de diminuir devido ao efeito do clima.
A queda na produtividade das plantações, que sofrem devido à falta de chuvas, causa a redução na quantidade de insetos, principal alimento dos mamíferos voadores. Por conta disto, milhões de morcegos saem das cavernas antes do anoitecer para buscar alimentos, o que deixa os espécimes mais suscetíveis a predadores naturais como gaviões e falcões.
Especialistas afirmam que perceberam uma quantidade menor de morcegos emergindo de cavernas como a Bracken Cave, próxima à cidade de San Antonio, e que abriga aproximadamente 20 milhões de exemplares da espécie, considerada a maior concentração mundial desses animais. Os ambientalistas sugerem que existe uma alta na mortalidade de morcegos recém-nascidos.
Segundo Fran Hutchins, coordenador Bracken Cave, em 2010, quando as colheitas eram abundantes e o período de verão estava úmido, os insetos que se alimentavam dessas plantações surgiam, o que beneficiava os morcegos. Ainda de acordo com o especialista, com a antecipação da caça, os morcegos se tornam alvos de gaviões e falcões.
“Podemos prever que aqueles exemplares mais velhos, enfermos e mais jovens vão sofrer mais por conta disto, reduzindo a população no próximo ano”, disse James Eggers, diretor da Conservação Internacional de Morcegos.
Prejuízo econômico – Os prejuízos causados pela seca recorde que atinge o sul dos Estados Unidos já somam US$ 5,2 bilhões apenas no Texas, segundo pesquisadores da Texas A&M University System.
Em maio, a universidade tinha calculado as perdas em US$ 1 bilhão. Desde então, o valor quintuplicou por causa da quebra da produção agrícola e pecuária. Dos US$ 5,2 bilhões de prejuízos causados pela seca, US$ 2 bilhões ocorreram no setor pecuário.
Água e pastagens tornaram-se mais escassos e os produtores tiveram de reduzir seus rebanhos. Já os produtores de algodão registraram perdas de US$ 1,8 bilhão e os de feno, de US$ 750 milhões.
Fontes: Globo Natureza - Ambiente Brasil
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