Laudo técnico aponta presença de puma na região Noroeste gaúcha Ao contrário do esperado, a onça parda é um animal extremamente tímido que evita o contato com o ser humano. Em vistoria realizada de 21 a 23/11, na região próxima de Floriano Peixoto, município localizado na região Noroeste do Estado (distante 350 quilômetros de Porto Alegre) o chefe do Núcleo de Fauna da Superintendência do Ibama/RS constatou que existem fortes indícios que levam ao diagnóstico da presença de um exemplar de Puma concolor mais conhecido como onça parda ou leão baio, que seria o responsável pelos ataques a bovinos de propriedades rurais do interior do município de Floriano Peixoto. Segundo o chefe do Núcleo de Fauna do Ibama/RS, analista ambiental Paulo Wagner, que está elaborando laudo em conjunto com técnicos da Emater de Floriano Peixoto, já foram tomadas as primeiras medidas de contenção com o objetivo de minimizar a possibilidade de novos ataques, como, por exemplo, evitar a manutenção do gado próximo a mata, o recolhimento dos bovinos para junto das residências à noite, além da presença de cães de guarda no entorno das residências. Ao contrário do esperado, a onça parda é um animal extremamente tímido que evita o contato com o ser humano, "no entanto, a contínua agressão aos ecossistemas que esta espécie habita gera estes incidentes, pois os animais ao terem que se deslocar em busca de alimento acabam por entrar em contato os rebanhos", pondera o analista do Ibama/RS. Segundo ele, mais agravante ainda é a ocupação de remanescentes florestais verdadeiramente cercados pelos aglomerados urbanos, que ainda mantém populações destes felinos, que acabam muitas vezes por circular nestas áreas próximas ao seu habitat, mas já antropizadas. Após a análise dos dados obtidos (fotos, entrevistas com os moradores locais e vistoria) "pode-se concluir que o espécime deve ser um adulto jovem ainda demarcando território e com baixa capacidade predatória, já que a maioria dos bovinos não foram mortos por ele, mas sim sacrificados devido às lesões", argumenta o técnico. "Por outro lado, percebe-se que os ataques estão sofrendo um espaçamento menor, visto que o animal ao não conseguir abater as presas retorna continuamente já que não consegue se alimentar corretamente". Paulo Wagner afirma porém que é possível conviver com esta espécie desde que o mesmo tenha seu habitat preservado, onde encontrará presas naturais (como o veado mateiro).Por isso, salienta, torna-se extremamente importante a manutenção e recuperação dos fragmentos florestais bem como sua capacidade de conexão visto que os grandes felinos são animais que tem amplo raio de circulação. É necessário frisar que a caça ou abate de animais silvestres sem autorização é crime passível de multa e processo penal. Sabedores de que a região é formada por típicas propriedades rurais de pequeno porte, onde cada cabeça de gado é importante para a subsistência familiar o Ibama/RS e a Emater estão tomando todas as providências para restringir novos ataques aos rebanhos, evitando novas perdas, e garantindo a preservação dos espécimes selvagens. Sendo uma das medidas a solicitação aos técnicos da Emater de Floriano Peixoto de fazer um levantamento de outros possíveis ataques de carnívoros na região para ampliar o monitoramento, já que a captura destes animais não é medida cogitada. É intenção do Núcleo de Fauna além do monitoramento remoto (internet, contato telefônico com técnicos locais e pesquisas sobre a situação da espécie no Estado) o retorno ao local, na medida em que os dados estiverem consolidados, a fim de iniciar um plano de monitoramento da espécie na região..
Fonte: Ecoagência
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