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Mais uma vez, poluição mata peixes no Lago Norte em Londrina

O secretário municipal do Meio Ambiente, José Faraco, afirmou ontem que a Sanepar teria parte da culpa pela poluição do Lago Norte, em Londrina, que está causando a morte de peixes no local. ""É esgoto doméstico e em grande quantidade. O lago não é pequeno e, para causar as mortes dos peixes, precisaria de uma boa quantidade de esgoto"", disse Faraco.

Pela segunda vez, em aproximadamente três meses, vários peixes morreram no local. ""Foi igual à última vez (em julho), choveu forte no domingo e no outro dia os peixes começaram a morrer"".

Segundo Faraco, a quantia de peixes mortos nesta semana foi menor do que em julho. ""Até agora morreram cerca de 50 peixes, principalmente os menores, porque os maiores têm mais resistência, mas o número pode crescer. Da última vez foram mais de 300 peixes mortos"", afirmou.

De acordo com o secretário, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), ""precisa fazer a parte dele, não pode só querer multar o secretário (o instituto já multou Faraco mais de uma vez)"".

O instituto informou, por meio da assessoria de imprensa, que a causa da mortandade dos peixes nesta semana aparenta ser a mesma da ocorrida em julho, quando laudo do IAP constatou que os peixes morreram devido ao lançamento de esgoto irregular.

Ainda segundo a assessoria, desde o último incidente o instituto vem monitorando o local para descobrir a origem do lançamento. Foram encontrados saídas de esgotos clandestinos, mas a origem do material continua desconhecida.

O IAP também informou que está trabalhando em conjunto com a Sanepar, utilizando mapeamentos de encanamentos da companhia de saneamento, para descobrir a causa da poluição. Segundo a assessoria do IAP, a origem dos resíduos não seria de encanamentos da Sanepar.

Conforme o instituto, ontem fiscais colheram no lago amostras que passarão por análise em laboratório. O resultado deve ficar pronto em dez dias.

Sanepar

A Sanepar negou, por meio da assessoria, que haja um vazamento de esgoto próximo ao Lago Norte e informou também que, ontem, agentes da companhia analisaram a água do local constatando que havia 0,2 miligramas de oxigênio por litro de água, bem abaixo do mínimo recomendado de 5 miligramas. Ainda segundo a assessoria, a demanda química de oxigênio atingiu 80 miligramas por litro. Esta análise comprovaria, de acordo com a Sanepar, que o material continha compostos químicos e não seria esgoto doméstico.

A Sanepar entregou ontem para a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin, um estudo sobre o Ribeirão Lindóia, que alimenta o Lago Norte. Em 29 pontos do rio foram coletadas e analisadas amostras de água. Apenas em um dos pontos, numa área industrial, foi constatada uma baixa taxa de oxigenação da água. ""Recebemos também uma denúncia recentemente de que há empresas que estão ganhando para coletar resíduos e podem estar despejando em épocas de chuva no Lindóia, mas ainda estamos investigando"", afirmou a promotora.


Fonte: Davi Baldussi - Folha Web